A carruagem de fogo começa a viajar Você não pode ver não pode ao menos tocar Na carruagem da morte todos vai ter que embarcar O seu destino é incerto depende do condutor Pode subir ao céu ou queimar eternamente Fulano até que era gente Mas conduziu muito mal Pelo caminho do crime O destino é sempre fatal Caiu na cadeia então difícil acreditar Quatro portões pra passar O mano vai se fechar Não adianta tentar Não da pra escapar Presídio de segurança máxima resumindo é assim Guardas armados pra todos os lados Calibres pesados são apontados Pra sua cabeça noite e dia E fora os cães de guarda Treinados pra matar A cerca elétrica então É um abraço meu irmão O sonho estava acabando Pesadelo começando O mano quase chorando Chegou na porta do xis Pediu licença pros manos Posso morar aqui Entrou de cabeça baixa Não disse uma palavra Fez um tempo de canto Depois chegou num fulano Já foi cerrando um cigarro Não conhecia as leis Na cadeia é assim nada é de graça Ficou devendo neguinho cobra não tem perdão não O mano estava selando seu destino sua sorte Começou sua viagem na carruagem da morte
A noite veio o céu já veste seu ludo Premeditando as desgraças Que acontece na casa de detenção Parece inferno mas não Nem o demônio poderia ter seu reinado aqui Na hora da cobrança o mano foi violado Não teve idéia pra trocar Pediu vai ter que pagar Muita maldade espalhada Por cada metro quadrado Segura a onda quem pode Quem não puder se sacode Mais um dia vem E a visita também O mano mal consegue andar Quase não pode falar Ele começa a chorar Ao ver a sua mãe Vez lembrar sua infância Desde criança sonhava em jogar futebol E ser alguém na vida Mas esse tempo passou Como o horário de visita Que já estava no fim Na hora da despedida A dor bateu mais forte Quando seu mano lhe disse que iria pro pagode O mano volta pro xis Só ele e sua jega Todos detentos no sol Jogando um futebol A essa altura o fato Já havia se espalhado Fulano tinha virado A mãe de cela do xis Quando pia no raio vai ser zoado sim Ele brincou com a sorte Agora segue viagem na carruagem da morte Três meses de cadeia e nunca deu um role Vivia sempre jogado largado estirado Num canto da cela suja e fria De dia era um mané de noite era maria Noventa dias de cana Não recebeu mais visita Se transformou em um verme Não se sentia mais homem Só quero ser humano E como todos tem o seu limite Sua consciência pesou a parada é o seguinte Hoje eu vou dar um role Seja o que deus quiser Logo na entrada do pátio Já foi travado na idéia Seu companheiro de cela Ganhou o fato no ato Já colou na parada e mandou o seu recado Na mão de cela do meu xis ninguém vai por a mão Já sacou uma faca se atracou com o gatuno Só não sabia que o outro também estava armado Facada pra cá e pra lá sangue jorrando pro alto Quando pio no raio os homem da disciplina Já caminharam pra cima e acabaram com a festa Fulano pediu seguro e mudou de pavilhão Logo em seguida meu irmão Rebelião no presídio vários detentos fugindo Fulano estava no meio Passou o primeiro portão Segundo também passou Terceiro já vem chegando E a liberdade vem se aproximando Mas de repente o incidente uma rajada nas costas Ratatata e o mano para de sonhar Isso é comum se fosse um baseado no fim As marcas ficam nas pontas dos dedos Mas essas marcas ficaram no seu corpo inteiro Agora pensa e reflita não vá no embalo do crime Se distancie das drogas pra não partir muito cedo Na carruagem da morte
Compositor: Erlei Roberto de Melo (Aliado G) ECAD: Obra #209059 Fonograma #556802