Discriminação essa é a palavra; Por isso eu tenho uma pergunta que nunca se cala; Teria você por Jesus Cristo esse mesmo amor; Se ele não tivesse esse padrão europeu que te venderam; Se ele fosse simplesmente mais um homem de cor.
No início eram trevas e a voz do criador; Haja luz e a luz nesse instante brilhou; Não existem cores, só existe luz; A ignorância vem de farda e ás vezes de capuz; Louco é saber que ele mandou seu filho Jesus; Pra salvar a humanidade nós pregamos ele na cruz; Discriminação de raça, idade, cor; De classe social trás a guerra e o terror; Os moleques da favela crescem sonhando em ter; Um importado bem louco e duas quadradas pra ser; Tipo os loucos da esquina de ouro e cocaína; Que troca com os homens e comem uma par de mina; Infelizmente é assim, você só vale o que tem; O rico descrimina o pobre, mas o pobre também; Moleque compra um NIKE novo e já quer ser mais que o outro; Onde a vaidade é rei, e a lei do cão é a lei; Mas eu tenho meu lema, por ele eu corro atrás; A morte ao preconceito e vida longa á paz; O mundão anda louco, muita dúvida há; Mas essa minha pergunta não quer se calar.
(2x) Teria você por ele esse mesmo amor; Se Cristo fosse um homem de cor.
Pobre não come, o rico não dorme; Enquanto houver miséria haverá a desordem; E na favela pé no chão, visual vitorismo; Em ALPHAVILE mansão tipo Castelo de Greiscom; Isso ajuda á entender por que tem cativeiro; Por que a violência cresce de janeiro á janeiro; O povo contra povo resoluções na ONU; Aumento do descaso, crescimento no abandono; Mas ta na correria e ainda sonha com a boa; Ser respeitado na quebrada, ser orgulho pra coroa; E muitos tão se armando, e outros nem pensa na boa; E a história se repete e só pobre morre á toa; A arte imita a vida, a vida imita a arte; Nesse mundo pobre e preto é carta pra descarte; O jogo tem seus poderes, o baralho da guerra; A união das quebradas é pelo bem da favela; Tem maluco apetitoso que invade, troca tiro; Mas será que tem coragem de abraçar seu inimigo; Se vem na moral, sem crocro, sem perigo; Errar é humano, mas perdoar é divino.
(2x) Teria você por ele esse mesmo amor; Se Cristo fosse um homem de cor.
Conceitos novos nesse mundo antigo; Tanto faz rico ou pobres todos corre perigo; Cerca elétrica, blindagem, circuito de TV; Pit-Bull, Hot-Vailley, segurança de PT; Nem tudo isso junto pode te proteger; Da ira do excluído sem nada á perder; Rico tem um breakfast, almoço e ceia; Pobre tem a perder somente as suas cadeias; É sociedade pobre ta discriminatória; Trata as putas e os bichas como lixo tipo escória; Se for preto ou favelado aí fudeu, ta mais lascado; Hoje discrimina, amanhã é discriminado; Por isso eu vou na minha e não tiro ninguém; Vou te ligar uma fita de um bandidão Super-Man; “Puta ou viado, eu respeito ninguém”; No passado a mãe dele já foi puta também; Nesse mundo não há segredo que não seja revelado; Esse cara tem um irmão, eu sei que ele é viado; Fugiu de casa por ser discriminado; Hoje ele tem casa própria e o outro um quarto alugado.
(4x) Teria você por ele esse mesmo amor; Se Cristo fosse um homem de cor.
Compositores: Ed Carlos Rodrigo de Melo (Mano Ed), Erlei Roberto de Melo (Aliado G) ECAD: Obra #1270247 Fonograma #690359