Face da Morte

Peneira

Face da Morte

Feito no Brasil


(3x) Í fudeu, Face da Morte apareceu.
No embalo do som só não vai quem morreu.

Liga os manos do arrebento pra colar, pra curtir;
Liga os manos 100% é nos mesmos, vamos aí;
Vou passar minha peneira, hoje eu vim pra peneirar;
Os covardes vão cair e os pipocas eu vou estourar;
Fogo no carvão pra fumaça levantar;
Estala o som do carro pro chicote estalar;
E pros irmão que são sangue bom;
Eu deixo um salve em alto e bom som;
Os que tiraram uns anos, que ainda estão marchando;
Que são trabalhador e dia á dia estão lutando;
Aqui é o furacão que vem do interior;
Idéia forte pra trocar com ladrão e doutor;
Dei nó em delegado, confundi promotor;
Sempre soube entrar e sair humildão onde for;
Assim é meu proceder, sujeito homem não canalha;
Eu sei na favela a vida é no fio da navalha;
Mulher falsa é advogado, é bom você ta ligado;
O que você ganha por aqui, eles tiram do outro lado.

Hoje eu trouxe minha peneira, hoje eu vim pra peneirar;
Os covardes vão cair e os pipocas vão estourar;
Hoje eu trouxe minha peneira, hoje em vim pra peneirar;
Só quem for justo e leal nesse mundo vai sobrar.

Os políticos de hoje são piores que os faraós;
Escravizam nosso povo sem pena, sem dó;
Mas põe a babá de molho que seu molho já azedou;
O Carinho já avisou, o Sensação já alertou;
No céu de Brasília estrelas iam cair;
E a poeira de tanta sujeira há de subir;
O final do desmando começa aqui;
Informação é o nocaute que põe eles pra dormir;
Minha peneira é bem fina por que eu gosto bem coado;
Não gosto de ver o sujo falando do mal lavado;
Todos têm defeito, mas é tempo de mudar;
Quem trombar com a perfeição favor vem me avisar;
Se for líquida é bem bom, minha sede vai matar;
Se for sólida melhor, minha alma alimentar;
Se os segredos do universo coubessem numa panela;
Eu iria cozinhar e distribuir na favela;
Meu rap tem impacto mais forte que HK;
Que não agüenta com mandinga nem carrega o patuá;
Liga lá, liga lá os pé de breque pra vazar;
Sai invejinha pra correr que a peneira vai passar.

Hoje eu trouxe minha peneira, hoje eu vim pra peneirar;
Os covardes vão cair e os pipocas vão estourar;
Hoje eu trouxe minha peneira, hoje em vim pra peneirar;
Só quem for justo e leal nesse mundo vai sobrar.

Eu vi alguma coisa revirando o lixo;
É um pivete trutão e eu pensei que era bicho;
Eu vi a velhinha catando lata no solão;
Perguntei ao Senhor por que tanta judiação;
Ta difícil Zé, ta esquisito assim;
Não ta fácil não, pense nisso então;
E tem quem trafica fé em meio á tudo isso;
Se aproveita da ignorância da minha gente pra explorar;
Vende terreno no céu de frente pro mar;
Com a jarra de caipora é só colar e desfrutar;
O descaso no Estado fortalece o paralelo;
O verdadeiro traficante não usa arma, usa terno;
E na favela continua o toma lá, dá cá;
E o boy sobe o morro pra poder cheirar;
Pra ajudar a pagar o aluguel da infância;
Do soldado do morro que nem pode ser criança;
Nunca teve brinquedo, muito menos carinho;
Hoje compra o que vê na TV do Marinho;
Um viva pra Fidel, que prende a luzes anos;
Fabricantes de guerra, comerciantes de tanque;
O sol da liberdade na favela vai raiar;
O inimigo vai cair e a peneira vai passar.

(2x) Hoje eu trouxe minha peneira, hoje eu vim pra peneirar;
Os covardes vão cair e os pipocas vão estourar;
Hoje eu trouxe minha peneira, hoje em vim pra peneirar;
Só quem for justo e leal nesse mundo vai sobrar.

Compositores: Ed Carlos Rodrigo de Melo (Mano Ed), Erlei Roberto de Melo (Aliado G)
ECAD: Obra #1269505 Fonograma #690391

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