Vejo a luz do Mucuripe Belo inútil videoclipe Blues amargo de razão Nenhum barco me acena E minhalma quase plena Ri do caos da confusão Do trânsito engarrafado Do grito desesperado Calado da multidão Cai a tarde como um pano Sonora como um piano Sobre a minha solidão
O céu me fez astronauta Pra que eu ache o que me falta Nesta galáxia fria Nem a dor nem o desejo Ao lábio só cabe o beijo Que é da noite sem o dia Quisera cantar tal fado Ébrio febril assombrado A raiva da calmaria Mas as palavras se foram Como rojões que estouram Depois do brilho a agonia
O amor é um embaraço Música de um só compasso Compositor coração No meu rosto toca o vento Nada mais só o momento Infinito breve vão Para que querer futuro Se só escombros de um muro Sobraram da construção A estátua de Iracema Tem o sol como cinema E eu não tenho ilusão
O mar vai o mar vem De quem será o mar O mar vai o mar vem Ninguém pode ter o mar
Compositores: Raimundo Fagner Candido Lopes (Fagner), Jose de Ribamar Coelho Santos (Zeca Baleiro) ECAD: Obra #1052082 Fonograma #696106