Quando eu dormia a casa ardeu Incauto o meu sonho aqueceu E o ser vago deixou o ser Na vaga de fogo só o vago soube viver
E o céu curvou-se para tocar o chão Abjeto, o teto foi de arrastão E preso, entrego-me à sina de um corcunda Talvez se o teto cair a cura seja fecunda Talvez se o teto cair a cura seja fecunda
Amor, sabes tão bem que passaste ao lado E a minha morte não importa se há futuro no teu passado Mas deixo a ausência para a vida que não se quis Foi de cacos que eu me fiz
Fui jogar póquer com os chacais Por mesa o gozo dos demais E a tua lógica de queimar tudo sem certeza Só não pega fogo à ruína desta mesa
Dizes que a razão está fora de moda E que tens a paz que não tens à boleia de uma foda E de inteiro já só tens o meu sofrer Vencedor, antes de ganhar tens de saber perder Antes de ganhar tens de saber perder
Amor, sabes tão bem que passaste ao lado E a minha morte não importa se há futuro no teu passado Mas deixo a ausência para a vida que não se quis Foi de cacos que eu me fiz
O escuro da vontade Fez-se luz por compaixão Muros de quatro acordes São cabelos de sansão
De sansão De sansão, são Cabelos de sansão
A casa está a arder Mas ninguém se incendiou Mais uma volta Mais uma volta
Composição: Afonso Lima, Francisco Carballo Marcelino, Francisco Saiote, F. Leite, Mateus Carvalho