Eu sou a música da gente quando nua e crua, escorro do nariz do pobre quando ele se assua, sou a Carolina na janela, desejando a rua, com a solitude eu ando acompanhado, cada virtude minha é um pecado.
Varejeira come lixo feito creme chantili e que mistério tem aí? E qual lição que eu aprendi?
Sou o cachorro na viela cobiçando a lua, sou o vermelho da donzela quando ela menstrua, o amassado na baixela feito com gazua. A solitude eu quis por companheira, cada mentira minha é verdadeira.
Trepadeira borda folha feito ponto macramê, é um mistério de se ver, é uma lição pra se aprender, pior que a morte é desviver.
Varejeira faz zoeira no monturo do meu coração, sete estrelas eu quisera sete vezes azuis, sentinelas do meu violão, ô...ô...
Eu sou a lágrima e o sal que o triste chora e sua, eu sou a fome que há na santa quando ela jejua e o grito doido na garganta de uma cacatua. Com a solitude eu ando acompanhado, cada virtude minha é um pecado.
Varejeira come lixo feito creme chantili e que mistério tem aí? E qual lição que eu aprendi?
Sou a paixão que faz sequela quando pega e incrua, eu sou o monstro da lagoa quando ele flutua, se tu disser que é a minha eu digo que é a tua. A solitude eu quis por companheira, cada mentira minha é verdadeira.
Trepadeira borda folha feito ponto macramê, é um mistério de se ver, é uma lição pra se aprender, pior que a morte é desviver.
Trepadeira tece esteira nas paredes do meu coração, sete estrelas benfazejas, sete vezes irmãs sertanejas do meu violão.