Embriagado de morfina, ele passou por mim Cumprimentou uma menina que o viu assim E se entregou num sono brando pra se aventurar Sonhou com tudo que há tempos não vinha a sonhar
Colheu na horta a esperança de se permitir E de acabar com a tensão que ele sentia ali Correu da chuva e da enchente sem molhar o pé Quando escapou de um dilúvio, se sentiu Noé
E nem brigava com a solidão Só se afundava na imensidão Nem só em guarda-roupa tem leão que fala Tinha entrada nessa sala pr'uma outra dimensão Nem só em guarda-roupa tem leão que fala Tinha entrada nessa sala pr'uma história de ação
E aterrissou na tábua dura inflamado e nu Fechava os olhos, via o teto branco e azul Se encaixou na posição que tinha que ficar E esperou com calma o tempo que vinha curar
De cima, veio um sinal pra se desesperar Deixou em cacos um pedaço da história Tava nos braços doloridos da situação Queria levantar sozinho, mas não dava não
E nem brigava com a solidão Só se afundava na imensidão Nem só em guarda-roupa tem leão que fala Tinha entrada nessa sala pr'uma outra dimensão Nem só em guarda-roupa tem leão que fala Tinha entrada nessa sala pr'uma história de ação
Do lado, o estranho mais amigo que já conheceu Se recompunha no instante que ali renasceu Voltou pros braços de quem ama sem nem sentir dor Levou um pedaço da pureza que nele sobrou
Se encontrou interligado a um sistema Que já se auto regulava no problema E tomou nota em estrofes pra lembrar depois Quando tava satisfeito, se deixou só
Mas nem brigava com a solidão Só se afundava na imensidão Nem só em guarda-roupa tem leão que fala Tinha entrada nessa sala pr'uma outra dimensão Nem só em guarda-roupa tem leão que fala Tinha entrada nessa sala pr'uma história de ação
Nem só em guarda-roupa tem leão que fala Tinha entrada nessa sala pr'uma outra dimensão Nem só em guarda-roupa tem leão que fala Tinha entrada nessa sala pr'uma história de ação
Compositor: Filipe Gaspar Volpi (Filipe Volpi) ECAD: Obra #34370523 Fonograma #32818020