Pra tirar o tutano do forró Você tem que gastar muita energia Derrubar a tristeza e dar um nó Na poeira do pó da poesia Ser valente que nem foi lampião Beber água na fonte de luiz Ajuntar um brasil de dois brasis Pró debaixo ter vez igual ao de riba Cabra macho, decente, paraíba Ser vertente de água no sertão Meu forró não apela pra nudez Ainda se veste, não fala pornofonês Só fala o que preste Sem maldade, sem malícia, sem apelação Tem um taco da cultura nordestina Desse povo forte Meu forró não desanima Nunca teme a morte Tem magia, tem tutano esse meu forró Pra tirar o tutano do forró É preciso entender sua magia Conhecer a lição, saber de cor Ver a noite querer dar luz ao dia Percorrer o vazio da imensidão Ser gerado no ventre da caatinga Escapar da cilada da mandinga Enfrentar um sol quente o ano inteiro De gibão de vestir pra ser vaqueiro Ser riacho correndo pelo chão
Compositores: Francisco Flavio Leandro Furtado (Flavio Leandro), Miguel Filho ECAD: Obra #1886159