De que servem Os cabelos mal cortados As roupas bagunçadas Sem a essência subvertida
Quantos brados de força e palavras de ordem em vão Socadas ao vento no sopro do furacão
Fora Fulano Fora Cicrano Salve essa nossa burrice crônica Fora essa fuga fora do tempo, anacrônica
Dêem graças às cervejas para sorrir Os quereres medrosos As drogas para fugir Os egos invejosos
São vocês otários Tal como os ditos reacionários Reação sem solução Pura gestão É assim essa evolução
Dos burgueses prisioneiros de sua alienação Hipócritas, medrosos Inertes, preguiçosos Regidos pela televisão
De vocês perdidos na raiva de si Acorrentados ao dogma Servos dos “ismos” Todos iludidos assim
Cuidado vocês sucumbirão Não se deixem levar Num movimento sem ação Fora disso há sim salvação
Quantos livros esquecidos no canto sujo de uma memória empoeirada
A capital do capital é o nosso corpo Nossos gestos metrificados Planejadamente desenhados
Vamos para as ruas sim Suar, lutar, protestar Mas voltemos para casa Lutemos em casa Todo dia Contra nós mesmos E a interminável hipocrisia A luta existe em nós Por isso revolta de nós Reação, contra-ação Mudança, micro-ação Revolta de nós Brademos esta revolução