Seu doutor me dê licença Escute o que vou falar Eu sou filho do nordeste E não posso me calar Eu vim de peito sangrando Lhe pedir, lhe implorando Para o senhor me ajudar, heei
Eu vim de longe pra cá Foi grande a minha jornada Foram três dias e três noites Sofrendo pela estrada Pra lhe pedir por favor Por Deus, o Nosso Senhor Não acabe a vaquejada, heei
Deixei minha terra amada E toda a minha família Deixei minha esposa bela Três filhos e uma filha Fiquei desorientado Senti-me desnorteado E vim parar em Brasília, heei
Perdi o rumo e a trilha Quando fiquei informado Que o Supremo acabou Com a nossa vida de gado Perneira, chapéu, gibão É o nosso ganha pão Doutor fique ao nosso lado, heei
Sempre lidamos com gado O senhor precisa saber Se acabar a vaquejada Como é que vamos viver? Reflita bem nessa hora Pois o nosso povo implora Seu voto e seu parecer, heei
Como vou dar de comer Aos meu filhos, doutor? Pois eu só sei correr boi Foi o que pai me ensinou A cuidar bem dos animais Pois aprendi com meus pais E pai aprendeu com vovô, heei
Seu Ministro, seu doutor Por favor seja o primeiro Traga de volta a alegria Do nordeste brasileiro Que quer voltar a sorrir Lhe imploro para me ouvir O lamento de um vaqueiro, heei
Sou apenas um vaqueiro Vivendo em aflição tô aqui pelos meus filho E o povo do meu sertão Se acabar a vaquejada Vai se transformar em nada Cem anos de tradição, heei
Não acabe a vaquejada Se não vai se transformar em nada Cem anos de tradição, heei
Compositor: Francisco Assis de Sousa Lopes (Francis Lopes) ECAD: Obra #33322432