Dia 24 de Agosto teve o mundo um arrepio Teve um sol mas muito fraco Foi um sol fraco e sombrio E os astros se enfumaçaram Com gestos de quem sentiu E mesmo não é pra menos Foi este o pai da pobreza Aquele que nos tratava Com tanta delicadeza Quem nos deu tanta alegria E hoje só nos da tristeza Morreste gaúcho velho Porém deixaste pedido Pra não morrer, não matar Não ferir, não ser ferido Vamos forçar pra cumprir As ordens do falecido Apesar de que todos sabem Que os gaúchos não são mansos Mas nois temos que deixar A sua arma em descanso Mas se não fosse esta carta O Brasil tava em balanço
Dr. Getulio me atenda Este pedido que eu faço O povo aqui não têm força Sem a cana do teu braço Peça licença pra Deus E nos governe do espaço Oh meu Deus esse gaúcho Que foi pro seu e não vêm Já governou quinze anos Até cego sabe bem Tinha força pra matar Mas nunca matou ninguém
E por ele se matar O Senhor dê o perdão Porque ele se matou Para não ver revolução E já nasceu com esse instinto Morrer sim, matar não Tu no céu nois na terra
Hoje tudo mundo fala Que teu pobre coração Não merecia está bala E o Brasil custa a encontrar Um homem da tua iguala
Descansa Gaúcho velho Tu no céu e nois aqui E eu peço que Deus me atenda Faça está praga cair Dê-lhe uma cãimbra na língua Nos que falavam de ti Foi-se o homem do cavalo Do chapéu das abas largas Hoje este Brasil sem ele Serão coisas muito amargas Vamos rezar pela alma Do Doutor Getulio Vargas
Compositor: Leovegildo Jose de Freitas (Gildo de Freitas) ECAD: Obra #1260000 Fonograma #28313694