Foi em novembro de sessenta e sete Do Meu Rio Grande fiz a despedida Deixei meu Pai deixei meus irmãos Também deixei minha mãe querida No dia nove de manhã bem cedo Às cinco horas foi minha partida Santo de casa não faz milagre Eu precisava melhorar de vida
Quem não arrisca não petisca moçada!
Meu Pai amigo ao me dizer adeus Ele fingia que estava contente Porém seus olhos me diziam tudo Que dor cruel para o coração da gente Minha mãezinha disse adeus sorrindo Notei seu rosto ficar transparente Como quem diz meu querido filho Por quanto tempo ficaras ausente
É brabo meus amigos a retirada de perto da mãe.
Dei rédea ao pingo e acenei com a mão Fiz a partida de um aventureiro Peguei a china carreguei comigo Com piazito filho e companheiro E levei junto a minha sanfona Porque tocando se ganha dinheiro Às nove horas do dia dez Dei com costado no rio de Janeiro
Que maravilha!
Cheguei no Rio sem conhecer ninguém Bombacha bota e pala atirado Os cariocas que são bons amigos Me dedicaram um abraço apertado Me perguntaram qual era o meu pago arespondi entusiasmado Sou do Rio Grande puxei da sanfona E dançava gente por todos os lados
Etâ indiada que boleavam os quarto bonito!
Eu hoje vivo aqui bem distante Só não esqueço o meu velho Rincão Rio de Janeiro tem tudo que é belo É grande alvo de admiração Maravilhosas praias de banho Não faz inverno tudo é verão Eu sou gaúcho de nascimento Sou carioca de coração Eu sou gaúcho de nascimento Sou carioca de coração
por nelson de campos
Compositores: Leovegildo Jose de Freitas (Gildo de Freitas), Carlos Arlindo de Moraes Pereira ECAD: Obra #2283736 Fonograma #5754154