Sanfona inda me lembro de tudo que fez por mim Por este mundo sem fim nos meus tempos de rapaiz Hoje de idade alcançada já quase no fim da vida Com as forças quase vencidas, mas eu não te esqueço mais E eu não poderia esquecer esquecendo Deus me castiga É a minha obrigação tratar bem desta minha amiga
Tu sempre foi minha amiga nas horas bonita e feia Nos hospitais e na cadeia sempre estiveste a meu lado Me sinto bem, ó sanfona estando junto contigo Tu tem deste teu amigo tanto segredos guardado Ó minha sanfona querida eu morro te querendo bem Porque os meus segredos na vida tu nunca contaste a ninguém
Quero levar-te comigo sanfona no meu caixão Tu vai ser a inspiração da alma do meu defunto Se na outra encarnação a divina providência Nos permitir a licença nós voltaremos os dois junto E este é todo meu desejo te levar junto a meu peito Para te ouvir lá no céu tocando do mesmo jeito
Quantos corações de china que ficaram apaixonados Ao ouvir os teus teclados tocados pelo teu dono Sanfona para que eu possa te provar que eu sou teu amigo Quero te levar comigo no meu derradeiro sono Só eu sei, ó sanfona amiga comigo que tu passou Se não fosse tu, ó sanfona eu não seria o que sou
por nelson de campos
Compositor: Leovegildo Jose de Freitas (Gildo de Freitas) ECAD: Obra #2285001 Fonograma #5754059