Vou contar meu nascimento por mais tristonho que seja Toda as mãe que tem um filho fica alegre, abraça e beija E a minha me deu a luz e me largou numa igreja E os padres então me agarraram naquele rancho divino E foram me alimentando para depois dar-me ensino.
Quando eu tinha oito anos eu notava a criançada Passeando pelas ruas com suas mãe de mãos dadas Eu via mãe dos outros e a minha não tinha visto Pensando eu disse baixinho meu Deus do céu santo Cristo Cada um tem sua mãe como eu não tenho isto.
Fui ficando impressionado e naquela mesma hora Me benzi, entrei na igreja rezei pra Nossa Senhora Pareceu ela me dizer tu vais pelo mundo afora Vai procurar tua mãe que hás de achar onde ela mora.
Aí, eu fugi do padre, porém de boa intenção, Para descobrir mamãe eu tive esta ocasião Porque arranjei um emprego em um humilde pensão Aonde as mulheres bebiam e dançavam num salão E o quartinho que eu dormia era ligado ao salão Eu ouvia voz de mulher fazendo esta exclamação.
“Vou morrer neste ambiente curtindo a cruel paixão Avistando na cerveja O portal daquela igreja aonde fiz a ingratidão Deixar um filho meu Não se é vivo ou morreu, nunca tive informação.”
E ouvindo este clamor o meu coração bateu Vim correndo e disse a ela o teu filho não morreu É sina da nossa vida, vivo e salvo aqui estou eu Pra minha conformação, preciso os carinhos teus Pra sossego de nós dois também te darei dos meus Hoje eu tenho a minha mãe, sou feliz graças a Deus.
por nelson de campos
Compositor: Leovegildo Jose de Freitas (Gildo de Freitas) ECAD: Obra #2285188 Fonograma #2506978