(Eu fui um menino pobre, vivi jogado ao relento Nos dias de inverno forte foi grande meu sofrimento Maloca de papelão era ali a nossa fazenda Esse trecho eu não esqueço por ser um triste começo De um grande padecimento. E por princípio tiveram uma decaída Por ciúme de amores caíram na bebida E até nossa casinha, que por desgraça foi vendida Botaram fora o dinheiro e ficamos no desespero Sem a casa e sem comida)
E foi assim minha gente que eu neste mundo nasci Redobrou meu sofrimento depois que meus pais perdi Se não fosse o meu padrinho que eu mais tarde descobri Era certo que eu morria porque eu não resistia Mais do que eu resisti
Eu hoje fui pra conversa de quem conhece a matéria Minha mãe casou direito era uma senhora séria O papai trabalhador que não gozava uma féria Depois de um triste abandono, que nem cachorro sem dono Morreram os dois na miséria
Eu hoje, graças a Deus, sou a mim que me governo Só não desfrutei carinho nem paterno, nem materno Se eu fosse enfraquecido que nem o moço moderno Dominado pelo fumo eu jamais achava o rumo Nem saía do inferno
Pra criança sem morada sempre existe um forrinho Se dá uma roupa usada, uma calça, um sapatinho Eu falo porque já fui um menino pobrezinho Filho de um pobre casal sem apoio, sem moral Sem fortuna e sem carinho
por nelson de campos
Compositor: Leovegildo Jose de Freitas (Gildo de Freitas) ECAD: Obra #1260270 Fonograma #5754194