Delicado eu sempre fui Pra quem tinha boa fé Tenho ganhado questões Só Deus sabe como é A verdade é minha capa Também nunca dei um tapa Que o índio ficasse em pé
(Foi cousas que se passaram pela minha mocidade Quem tem meu temperamento vive por casualidade Já nasci pra ser assim e troxe dentro de mim o gesto da autoridade)
E pra ser autoridade é preciso ter respeito E também não se assustar Do rompante do sujeito Eu não carrego bagagem E o homem que tem coragem A morrer é mais atreito
(No tempo do lá vai facão Sempre fui um gaúcho bueno Quantos brancos não dançavam Nesses salões de moreno De vereda já brigava na entrada Para não perder o treino Eu gostava desses bailes Porque a entrada era barata Meu sangue é de português Sempre gostei de mulata E elas me admiravam sorriam Me arrodiavam por eu ser solto das patas)
E eu terminava dançando E a chinas achando graça Eu acho que preto e branco São feitos da mesma massa Hoje é mansa a mocidade Existe facilidade Pra fazer cruza de raça
Hoje o preto e o moço branco Tem o viver mais perfeito Estudam na mesma aula Não existe o preconceito Hoje sem haver vexame Passam pelo mesmo exame Se formam do mesmo jeito
por nelson de campos
Compositor: Leovegildo Jose de Freitas (Gildo de Freitas) ECAD: Obra #6382561