Meu velho rancho gaúcho, hoje és tapera velha isolada Sem um carinho, sem nada a tristeza te invadiu A olhar-te desse jeito eu cheguei a conclusão Que tu e o meu coração são dois ranchinhos vazios.
E topé de paraíso que sempre fostes podado Hoje te acha abandonado com as folhas toda amarela A culpada foi aquela de uma falsidade alta Que há de sentir a falta de tudo o que eu fiz por ela.
E do teu terreiro amigo que sempre fostes varrido Hoje te acha invadido de espinhos e macegais Vou fazer-te uma limpeza para ver se te realça Mas aquela mulher falsa não entra aqui nunca mais.
Olha ali só que tristeza como está minha mangueira Nem as varas da porteira que eram novas não existem E tu palanque de angico como estais forte, bem lindo O que eu to resistindo, só tu palanque resiste.
Palanque tu foi plantado para aguentar o tirão O meu pobre coração já nasceu com a mesma sina De tanto levar tirões tu vive todo cortado E eu também remarcado dos golpes daquela china.
Mas eu vou mudar de vida, vou varrer bem meu terreiro Pôr um porco no chiqueiro e cuidar da vaca tambeira Vou renovar a mangueira vou cuidar da plantação Para esquecer o tirão daquela china caborteira.
por nelson de campos
Compositor: Leovegildo Jose de Freitas (Gildo de Freitas) ECAD: Obra #2283655 Fonograma #2499926