Quando eu me casei comprei uma carroça Para trabalhar na roça Na colheita de algodão O meu cavalo era um velho pangaré Quem sempre estava de pé Pra qualquer situação
E o meu vizinho que na vida progredia Só tinha égua de cria Pra boa reprodução Certo dia uma potranca entrou no cio De repente ela saiu Pra buscar um garanhão
Nesse intervalo sua potranca fugiu Pro meu sítio ela partiu Com muita disposição E o pangaré quando viu essa potranca Já pulou na sua anca E escondeu o mandiocão
E o garanhão quando chegou pro serviço Foi aquele reboliço Chegava a cavar no chão Mais a potranca já estava enxertada Não quis saber de mais nada Rejeitou o garanhão
O fazendeiro homem rico e caprichoso Adoeceu de nervoso Vejam só como é que é Sua potranca sangue puro e boa raça Chegou a soltar fumaça Na cardã do pangaré
E o fazendeiro foi chamar o delegado Com mais de trinta soldado Querendo me algemar E o delegado disse que eu era inocente Decidiu naturalmente Deixa o panaré trepá
Deixa o bicho namorar Deixa o pangaré trepá O sinep do cavalo é pra lá de Bagdá Deixa o pangaré trepá