Segunda-feira vou alugar um caminhão, Vou encher de puta veia e vou levar pro maranhão, Uma colher de arroz e outra de feijão, eu vou comendo tudo na catinga do sertão.
O caminhão vem descendo a ribanceira, sovaco igual torneira, azedava só de olhar, Esse rumo com gosto eu vou levando, E as puta veia já vem gritando me pedindo pra parar.
E eu metia a marcha e arregaçava o motor, As puta veia gritava e reclamava de tanta dor,
O caminhão pipocava a sessenta, nessa vida de jumenta eu nunca chego lá, Sou cabra macho, sou um cabra bem fedido, tenho mais de vinte filhos e não tenho nem onde morar. Sem rumo pareço até cigano, pelo mundo vou rumando e só paro quando quebrar, Sou um verdadeiro cabra punk, não tenho medo de palanque, sou do cerrado mas nasci no ceará.
E eu metia a marcha e arregaçava o motor, As puta veia gritava e reclamava de tanta dor,
Você nunca tem dinheiro pra pagar pensão, Só pra tomar cachaça e pra por gasolina no caminhão, Você nunca comprou uma fralda pro neném, Você nunca tem dinheiro, mas pra puta tu tem.
Pra puta tu tem.
Segunda feira vou alugar um caminhão vou encher de puta veia e vou levar pro maranhão.
Compositor: Eder Freire Dias (Eder Gonorant) ECAD: Obra #8963688