O silêncio da noite reluz a calmaria No horizonte escuto o remanso das águas Que correm nas veias entranhadas no Pago Rolam corredeiras formando cascatas Belos mananciais com água cristalina Que cruza entre as pedras cortando caminhos Levando consigo a mais pura beleza Nessa natureza construí o meu ninho
Rio Grande Terra abençoada Por ti soltamos a voz Rio Grande terra de guerreiros Que morreram peleando por nós
Em noites de chuva o tempo se alvoroça Trazendo mais forte o ruído dos rios Relâmpagos se cruzam riscando o horizonte Clareando o pago em noites de frio Os ventos que sopram um triste abandono Se adentram nas matas num trote sem fim Parece os assombros do velho guardião Estouros de galhos, cipó e guamirim
Tropas de gado que berram ao relento Fazendo cantigas no seu rodeial Os sapos-martelo em meio ao capim Gorjeiam suas lástimas no banhadal Os contos do ontem que contam agora Ficou na lembrança de algum ancestral Trazida por livros de lendas e histórias Escondida na glória de algum general.