Bem na frente deste rancho Na sombra desta ramada Tomei muito mate amargo Já fiz muita sesteada Tendo a chinoca ao meu lado Mais linda do que uma flor Eu vivia mui folgado Um peão apaixonado Todo enredado de amor
Saudade, coisa esquisita Vive a nos rebenquear Tá certo, não vale a pena Mas sempre é bom recordar
Chinoca que já foi minha Te foste pra outro pago Fiquei tão triste, sozinho Sentindo a falta do afago Tu te cambiaste com outro E te foste pra não voltar Hoje eu vivo recordando Saudade cabresteando Campeando pra não chorar
Saudade, coisa esquisita ...
Rancho velho, abandonado Tu sentes a mesma dor Já não abrigas mais nada Meu velho ninho de amor Sombra amiga dos meus sonhos Sombra da minha ramada Hoje eu venho despedir-me Da sua última sesteada
Saudade, coisa esquisita ...
E se, um dia, tu retornares Chinoca que eu tanto quis Só encontrarás tapera E um coração infeliz Mas se voltares chorando Implorando o meu perdão Já não terás mais guarida Do meu pobre coração