Corre nas minha veias cada beco dessa favela / cada amigo, parceiro eu do meu sangue por cada viela / fazendo um lanche lá no mick / os neguim fica doido pa ter um peça da nike / boné socadão pro lado / e as bermuda caindo / tirando onda de motim descendo e subindo as laderas / com as chuteras nu ombro pendurada / partindo lá pro campinho na fome de jogar aquela pelada / sobe pa laje do pisca / é tempo d pipa / o som ligado, o sol queimando / só os bom que fica / e os calote indo pa praia neguim / se passa o bonde no asfalto os mercadão vai fechando tudim / os rato passando no pé / os fio tudo enrolado / os cano no meio do caminho / os varau tudo lotado / os pivetinho correndo / os correria nos atalhos / passa a rapes cheia de marra ignorando os otários / às vezes / falta luz, falta água, fica dias pa cair / mas me pergunta parceiro c eu quero daqui sair / não quero não porque é aqui que tá a minha raiz / é o calor dessa favela que me deixa feliz / só de rolé tranquilão / cumprimentando os irmão / a cada dois passos que do é apertando uma mão / os parceiro cercadão / d mulher lá no zezitão / o tempo passa, tudo muda, menos os coração !
Refrão – grito bem alto / eu tenho orgulho de onde vim / (favela) grito bem alto / pelos parceiros que correm por mim / (sempre) grito bem alto / minha alma nunca vai se sucumbi / (c sabe) grito bem alto / dou minha vida por tudo isso aqui /
Mc oz -Favela, desde que nasci, vivi e me criei nela Confusões, brigas, vizinho espia da janela Só de rolé no morro, pedalando na magrela Sem droga sem sequela, mas tem mano que depende dela Do visual olhando como a vista é bela, viajo! De outro mundo eu me sinto olhando lá pra embaixo Aqui não tem cinema, shopping, nem teatro Mas tem neguim de nike com os bico pro alto! Se tá ligado, o clima fica pesado, Favela da Rocinha, Entre Gávea e São Conrado O metro quadrado mas caro do rio de janeiro Se tem bang bang no morro, sociedade em desespero É díficil compreender, como pode acontecer Pessoas tão diferentes, lado a lado conviver "Mocinhos" e vilões agindo em cooperação Você me dá o que eu quero, que eu não aborto tua missão De acordo, ambas partes satisfeitas Não tem kao! Se a transação já está feita Eu não me meto nisso, não é meu compromisso Fico na minha, nesses bagulho eu fico omisso Prefiro fazer o meu, e seguir a minha trilha E na noite no breu, no céu a minha estrela brilha Falando em noite, é curtição na madruga,mó zoação Com os moleque fechamento, firmeza, só sangue bom Domingo, num churrasco, ou vendo flamengo e vasco Se estamos junto é só festa, até esvaziar os casco E assim a favela segue sua rotina Trabalhadores desce o morro as 5 da matina Dilatando as palpébras pra não a cobrirem retina O sono ainda é forte, mas a luz do sol o anima Pra mas um dia de trabalho, lá vai mas um guerreiro Do morro batalhador, favelado Brasileiro!