Tarde fria de domingo, eu piazote casereando Quando avistei no potreiro um novilho me encarando Eu loco pra esquenta o corpo, olhei e ajeitei o chapéu De hoje tu não me escapa e fui "campeá" meu sovéu
E não pensei duas vezes Já repontei pra mangueira Parecendo contrariado Cruzou num vão da porteira Com muita cancha e cuidado Larguei de manso o sovéu Quando cerrou no pescoço Foi aquele baita tendéu
E nisso abriu-se a porteira E lá vinha eu de arrasto Peleando na terra solta Mas logo já deu no pasto Calcei o pé numa pedra Pois era grande o escarcéu Confesso, vinha assustado Mas não larguei do sovéu
O novilho era teimoso E tinha uma força medonha E mesmo eu sendo um piazote Não queria passar vergonha Força, garra e vontade Eu tinha aos "mundaréu" E além do mais eu andava Bem calçado de sovéu
Já vinha escurecendo Quando deu assim num "baxo" Esbarrou e virou de frente Com aquele entono de macho Tinha me passado o susto Dei uma olhada pro céu E soltei um grito pachola Mas meio mal de sovéu
Mesmo estando uma friagem Voltei pro rancho, suado Faceiro e dando risada Apesar de bem judiado Ninguém viu minha proeza Não ganhei nem um troféu Mas até hoje me lembro Que fortidão de sovéu
Compositores: Halber Monteiro Lopes (Halber Lopes), Marco Antonio Nunes ECAD: Obra #15066740 Fonograma #12733861