O Rio de Piracicaba já jogou água pra fora Fez a alegria de muitos e tristeza sem demora Mas nosso rio é um caipora, caipora Piracicaba E um dia ele pira ou pára e noutro pira e se acaba
Não faz isso rio , deixa o povo em paz! (rio) Não faz isso povo, rio não agüenta mais!
O Rio de Piracicaba jogou muita água pra fora Despejou o povo do porto sem combinar dia e hora Sem querer flagelou sonhos, muitos ideais de outrora De campinas, gente simples e da nobreza caipora.
O Rio de Piracicaba este ano transbordou Encheu a rua do porto, chegou à ponte do Morato E na pedreira do Bongue fez até um desacato Plantou nos pés da pedreira, muita semente de mato
O Rio de Piracicaba muita gente já pintou Suas águas, seus encantos, a casa do povoador Teve muita capivara, pintado até piapara E hoje restam bonecos do Elias pra contar história
O Rio de Piracicaba muita gente já cantou Tião Carreiro e Pradinho, também Tonico e Tinoco Sabe quem também gostaram? Sérgio Reis e Almir Sater Cantaram o nosso rio, nos rincões desse Brasil
Mas o Rio Piracicaba este ano quase secou E está gemendo de novo, vara de marmelo ao vento Até parece que chora pela perda de um rebento Um rio seco assim implora ao homem pelo bom senso
E então Rio Piracicaba? O Mirante não molha mais? Já não vejo a piracema, nem noiva com véu serena É muito desagradável e não biodegradável Ver a triste alma de um rio deixar-nos assim ao léu...