Você me faz correr demais Os riscos desta highway Você me faz correr atrás Do horizonte desta highway Ninguém por perto, silêncio no deserto Deserta highway Estamos sós e nenhum de nós Sabe exatamente onde vai parar
Mas não precisamos saber pra onde vamos Nós só precisamos ir Não queremos ter o que não temos Nós só queremos viver Sem motivos, nem objetivos Nós estamos vivos e é tudo É sobretudo a lei Da infinita highway
Quando eu vivia e morria em Porto Alegre Eu não tinha nada, nada a temer Mas eu tinha medo, medo desta estrada Olhe só! Veja você Quando eu vivia e morria em Porto Alegre Eu tinha de tudo, tudo ao meu redor Mas tudo que eu sentia era que algo me faltava E, à noite, eu acordava encharcado em suor
Não queremos ter o que não temos Nós só queremos viver Não queremos aprender o que já sabemos Nós não queremos nem saber Sem motivos, nem objetivos Estamos vivos e é só Só obedecemos a lei Da infinita highway
Escute garota, o vento canta uma canção Dessas que a gente nunca canta sem razão Me diga, garota: Será a estrada uma prisão? Eu acho que sim, você finge que não Mas nem por isso ficaremos parados Com a cabeça nas nuvens e os pés no chão Tudo bem, garota, não adianta mesmo ser livre Se tanta gente vive sem ter como viver
Estamos sós e nenhum de nós Sabe onde vai parar Estamos vivos sem motivos Que motivos temos pra estar? Atrás de palavras escondidas Nas entrelinhas do horizonte Dessa highway Silenciosa highway
Eu vejo um horizonte trêmulo Eu tenho os olhos úmidos Eu posso estar completamente enganado posso estar correndo pro lado errado Mas a dúvida é o preço da pureza e é inútil ter certeza Eu vejo as placas dizendo Não corra, não morra, não fume Eu vejo as placas cortando o horizonte elas parecem facas de dois gumes
Não vim até aqui Pra desistir agora Entendo você Se você quiser ir embora Não vai ser a primeira vez Nas últimas 24 horas Mas eu não vim até aqui Pra desistir agora
Minhas raízes estão no ar Minha casa é qualquer lugar Se depender de mim Eu vou até o fim Voando sem instrumentos Ao sabor do vento Se depender de mim Eu vou até o fim Eu vou até o fim
Eu não vim até aqui Pra desistir agora Eu não vim até aqui Pra desistir agora Eu não vim a Porto Alegre Pra desistir agora
Cento e dez Cento e vinte Cento e sessenta Só pra ver até quando O motor aguenta Na boca, em vez de um beijo Um chicle de menta E a sombra do sorriso que eu deixei Numa das curvas da highway Infinita Highway Tão bonita Highway Esquisita Highway Bendita Highway
Compositor: Humberto Gessinger ECAD: Obra #995451 Fonograma #12039257