Carro de boi que percorreu os sertões Anunciando as viagens no cantar dos seus cocões Quantas distâncias lentamente se passaram Marcas profundas ficaram gravadas nos estradões Na minha mente pra sempre ficou gravada O canto triste do carro boitoando uma canção Quantas chegadas, depois tantas despedidas Quanta saudade doída ficou no meu coração Canta meu velho carro de boi Com seu dueto ecoando no grotão Ainda ouço o seu cantar magoado Que o tempo deixou gravado dentro da imaginação
Passou o tempo os cocões silenciaram O cansaço brecou os passos dos bois de estimação Meu velho carro aos poucos apodrecendo E os velhos bois morrendo nos cantos do mangueirão E quando vejo ali os velhos bois deitados Entristecidos, cansados que nem se levantam mais Igual a eles, sinto o peso dos janeiros Já fomos três companheiros, temos destinos iguais Canta meu velho carro de boi Com seu dueto ecoando no grotão Ainda ouço o seu cantar magoado Que o tempo deixou gravado na minha imaginação
Quantas geadas nas frias manhãs de invernos Outonos e primaveras e sol quente de verão Quantas garoas, temporais e trovoadas Eu firme cortando estrada em cima do carretão Qual de nós três será que vai partir primeiro Deixando para os herdeiros a riqueza desse chão Benfeitorias que carreando construímos Podemos partir tranqüilos, cumprimos nossa missão Canta meu velho carro de boi Com seu dueto ecoando no grotão Ainda ouço o seu canto magoado Que o tempo deixou gravado na minha imaginação
Canta meu velho carro de boi Com seu dueto ecoando no grotão Ainda ouço o seu canto magoado Que o tempo deixou gravado na minha imaginação
Compositores: Sergio Roberto da Silva (Ricardo Silva), Ilco Theodoro de Jesus (Ilco Theodoro) ECAD: Obra #4106468