Ói que eu num sô mentiroso Nem gosto de embromação Mas vô contá uma caçada Que eu fiz lá no meu sertão
Peguei uma onça à unha Lá no fundo do grotão Garrei nas oreia dela Enterrei o meu facão
Ai, ai, ai, ai Né mentira, não Pode querditá Sou caboclo bão
Eu saí de madrugada Montado no meu pimpão Quando topo cá pintada Trepadinha no moirão
Eu vi que não dava tempo Da espingarda eu carregá Eu garrei no rabo dela E dei duas vorta no ar
Ai, ai, ai, ai Né mentira, não Pode querditá Sou caboclo bão
Encontrei um lobisome Passeando na capoeira Sortava fogo pra boca Pro nariz a fumacêra
Fui chegano de mansinho Disse prele sem tremê Me dê um pouco de fogo Pro meu pito eu acendê
Ai, ai, ai, ai Né mentira, não Pode querditá Sou caboclo bão
Vi um bando de capivara Nadano no riberão Ranquei a roupa e timbum Fui firme no merguião
Quando saí do outro lado Ói que não é mentira, não Tinha oito capivara Espetada no facão
Ai, ai, ai, ai Né mentira, não Pode querditá Sou caboclo bão
Ai, ai, ai, ai Né mentira, não Pode querditá Sou caboclo bão
Compositor: Edvina Noronha de Andrade (ABRAMUS)Editor: Irmaos Vitale (SOCINPRO)Publicado em 2011 (30/Mar) e lançado em 1958ECAD verificado obra #48972 e fonograma #1896881 em 08/Abr/2024 com dados da UBEM