Vez por outra alguém se achega, de longe pro meu costado Vem, me toma o pensamento, e me transporta ao passado Posso sentir sua presença, enxergá-lo não consigo Ao de redor do braseiro, alguém mateia comigo
No calor do fogo grande, há um ritual primitivo Feito um elo entre dois lados, num momento sensitivo Sendo assim, do meu agrado, deste mundo me desligo Enquanto do outro lado, alguém mateia comigo
Talvez seja um desses índios de xucra sabedoria Que nas horas de remanso, quando tudo silencia Me olha sem dizer nada, feito quem ouve um conselho Alguém mateia comigo, como se olhasse no espelho
Quem sabe tenha saudade de um tempo que já foi seu E volte para matá-la, no lugar onde viveu Alguém que, assim como eu, teve a sorte que bendigo E na impressão da semelhança, mateia junto comigo
Seguindo o mesmo caminho deste alguém que me acompanha Encontro a paz que preciso, na imensidão da campanha O galpão dos meus invernos é por certo, um templo antigo pois, do outro lado da vida, alguém mateia comigo
Compositores: Rivair Alves da Silva Neto (Zeca Alves), Glademir de Paula Escobar (Escobar) ECAD: Obra #11120134 Fonograma #25747342