Com a mão canhota sustente A pescoceira torcida O buçal trança de sete É feitio do João Maria Bamo dar alegria pra o dia Pode encilhar assoviando Enquanto vou te alcançando Os apetrechos da encilha
Primeiro estenda o xergão Com suas tropilhas de pelos Da sobra de algum novelo Teceu a China Ramona Agora é vez da carona É couro cru bem sovado E em muitos pousos de tropa Já fiz de mesa pro assado
Agora sentemo o basto Esse é quatro cabeça Por mais feio que pareça Tem suas léguas de invernada E a barrigueira esta atada Com látego ao travessão Pode dar mais um tirão Pra firmar bem essas garras
Estendemos dois pelegos Pretuscos qual noite escura E a badana com gravura De iniciais do seu avô Esta trama? É o cinchador Agarrado à sobre-cincha Redonda qual lua cheia Que vem dormir sobre a quincha
Faltou a mala de poncho O rabicho e a peiteira Mas de todas tuas encilhas Esta recém é a primeira Só vamos sampar o freio Com qualquer uma das mãos Safa a crina do alazão Apertada com a testeira
Assim se vamo pra o campo Eu e tu meu patrãozinho Esta flor esconde espinho Esta aqui é o bem-me-quer Já desfolhei por mulher Que tanto me virou o rosto Talvez um dia te conto! Quem sabe um dia qualquer