Ivan e Júlio
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Cheiro do Passado

Ivan e Júlio


Às vezes ainda eu fico pensando
e vou divagando em minhas lembranças
Me lembro o quintal que tanto gostava
lugar que brincava enquanto criança
Recordo o riacho de água corrente
aonde com a gente papai se banhava
A minha irmãzinha fazia a festança
cabelo de trança na água molhava

Até me parece que sinto o cheiro
do chão do terreiro com chuva molhado
Fumaça do forno de barro saindo
e o aroma vindo é de biscoito assado
A espuma do leite na hora tirado
caneco esmaltado, e as vacas berrando
Foi tanta a saudade que tive agora
que não vejo a hora de estar voltando

Rever o local que era a nossa roça
onde uma palhoça por nós foi erguida
Pra guardar arroz, o milho e feijão
para a produção que fosse excedida
Estoque pro ano, na tulha guardada
já posicionada bem perto à cozinha
Apesar da vida pra ela ser dura
mas muita fartura mamãe sempre tinha

O carro de boi gemendo na estrada
os pés da boiada fazendo o trieiro
O paiol de milho tão abarrotado
e ali do lado o grande chiqueiro
Ajudei meu pai, a rachar aroeira
lascas de madeira fincamos no chão
De estar preservado, tal qual a lembrança
eu tenho esperança no meu coração

Compositores: Ivanildo Francisco de Souza (Ivan Souza), Julio Cesar Borges Garcia (J. Cesar)
ECAD: Obra #16774546

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