Da porta do rancho eu tenho a imagem que a vista pediu Quando é de tardinha e o sol vai sumindo na margem do rio De alaranjado naquele espelho de água tingiu E as copas da mata a noite apressada já quase cobriu
Escuto o barulho do sapo no brejo e o triste assovio Da ave noturna da qual no momento o nome fugiu Eu não me incomodo se tem pernilongo e nem se tá frio Eu gosto de ver a lua prateada a fazer desafio Se ainda é mais bela, que a cor amarela do sol que agora sorrindo partiu
Estrelas cadentes cruzando no céu quem é que não viu? Será realmente que alguma delas um dia caiu? Esta é a rotina que adoro viver por dias a fio Eu sou um caipira criado na roça, um pouco arredio
Mas quem me conhece já sabe que sou um cabra de brio Aqui no meu colo a cabocla me disse que sente arrepio Da barba na nuca e o carinho fazendo acender o pavio Só falta um rebento, mas isso a gente até já pediu Pra nós o que conta é saber que aponta se muito tardar no mês de abril
Aqui o meu mundo eu sei é pequeno, mas não é vazio Pensar em mudar daqui chego até sentir calafrio Pois vivo contente na minha morada onde sou sadio Por nem um tesouro, de prata ou de ouro eu troco meu sítio Na beira do rio
Compositores: Ivanildo Francisco de Souza (Ivan Souza), Julio Cesar Borges Garcia (J. Cesar) ECAD: Obra #11546046 Fonograma #36452711