Ivan Souza
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Olhar Sertanejo

Ivan Souza


Da porta do rancho eu tenho a imagem que a vista pediu
Quando é de tardinha e o sol vai sumindo na margem do rio
De alaranjado naquele espelho de água tingiu
E as copas da mata a noite apressada já quase cobriu

Escuto o barulho do sapo no brejo e o triste assovio
Da ave noturna da qual no momento o nome fugiu
Eu não me incomodo se tem pernilongo e nem se tá frio
Eu gosto de ver a lua prateada a fazer desafio
Se ainda é mais bela, que a cor amarela do sol que agora sorrindo partiu

Estrelas cadentes cruzando no céu quem é que não viu?
Será realmente que alguma delas um dia caiu?
Esta é a rotina que adoro viver por dias a fio
Eu sou um caipira criado na roça, um pouco arredio

Mas quem me conhece já sabe que sou um cabra de brio
Aqui no meu colo a cabocla me disse que sente arrepio
Da barba na nuca e o carinho fazendo acender o pavio
Só falta um rebento, mas isso a gente até já pediu
Pra nós o que conta é saber que aponta se muito tardar no mês de abril

Aqui o meu mundo eu sei é pequeno, mas não é vazio
Pensar em mudar daqui chego até sentir calafrio
Pois vivo contente na minha morada onde sou sadio
Por nem um tesouro, de prata ou de ouro eu troco meu sítio
Na beira do rio

Compositores: Ivanildo Francisco de Souza (Ivan Souza), Julio Cesar Borges Garcia (J. Cesar)
ECAD: Obra #11546046 Fonograma #36452711

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