Abro minh'alma cativa Que amanheceu orvalhada Querendo ser libertada Por esta musa nativa Deusa guardiã primitiva Do segredo mais fecundo Com sentimento profundo Conforme o tema requer Vamos pajar à mulher Progenitora do mundo
Este princípio que fitas Num horizonte de sonho A ele eu me proponho Pois há rimas infinitas Com atitudes bonitas Tem a mulher, com certeza, Meiguice, amor, firmeza E um dom de protetora Seja santa ou pecadora Transcende a própria beleza
Antes mesmo de ser gente Somos dependentes dela E quando abrimos a goela Para este mundo vivente É ela quem faz a frente Para apontar o caminho É tão grande o seu carinho Seu seio, tão importante, Como quem diz “segue adiante Que eu não te deixo sozinho”
Desde a mãe, primeiro amor, A mulher está presente No coração inocente Que desabrocha qual flor Depois quando sonhador A professora primeira, A namorada trigueira Que pra vida dá sentido E quando amadurecido, Os braços da companheira
Quantos poetas e cantores Descreveram sua beleza Por verem nela a leveza Das asas dos beija-flores Trazendo coplas de amores Entre sorrisos e prantos Desde o paraiso, quantos De seu ventre já nasceram E quantos por ela morreram Perdidos por seus encantos?
Ela conhece os segredos Que carregamos na alma Sabe desvendar com calma Todos os nossos enredos Sabe acalentar os medos A sua alma é tão pura Com sua mão nos segura A cada dia que nasce Na expressão de sua face Amor, carinho e ternura
Por ser um simples mortal Não consigo descrevê-la Pois compará-la a uma estrela Não seria original Seu brilho não tem igual Resplandece eternamente Compará-la a uma vertente Ou ao diamante mais raro É pouco, não a comparo Ela é mulher simplesmente
Merece o nosso respeito E um pedido de perdão Por crimes da inquisição O mais brutal preconceito Ao negarem seu direito Desde lá, à atualidade Estão negando a igualdade De uma forma desmedida À geradora da vida De toda a humanidade
No xucro céu dos cantores É uma Deusa iluminada Que santifica a pajada Na alma dos pajadores Traz o perfume das flores Colhidas no paraíso No lume do seu sorriso Arco íris de magia Que vem bebendo poesia Na cacimba do improviso
Compositor: Jadir Oliveira / Paulo De Freitas Mendonça