Até parece um retrato tirado em dia de festa Chapéu clareando na testa cada vez que me enforquilho Num dos crioulos que encilho pra me tornar soberano Frente ao destino cigano que passa de pai pra filho
Feito uma estrela cadente que alumbra algum descampado Meu baio de cacho atado atira o freio por graça Honrando o garbo da raça que a própria história carrega E pisa sobre as macegas igual se andasse na praça
Quando trago uma rosilha serena embaixo dos bastos
Remendo os caminhos gastos me boleando desse altar Ay yerba para matear um galpão pras guitarreadas
Um verso nas madrugadas e um grilo pra me escutar Se meus bastos não tem velas pra navegar nos varzedos Sei que me basta o segredo de apartar cincha e bocal E me agrandar no recal de um mouro que a três ontonte
Cismou ser mais que o horizonte bebendo a estrada real
Um gateado flor de estampa pra pontear um tropa bruta Ou sair em reculuta sem ter pressa de volver Quem faz a vida escorrer da cadência de um bom pingo Traz um olhar de domingo pra cada sol que nascer
Compositores: Jairo Alvino Fernandes (Jairo Fernandes), Jose Carlos Batista de Deus ECAD: Obra #249971 Fonograma #989343