Jari Terres

Andejo

Jari Terres


Um povoadito que fica, com olhos longe da estrada
Nesta rotina calada, cumprindo mansa a sua sina
A noite pousa a neblina, sobre um negro desabado
Que esconde o velho passado
nos fiapos brancos da crina
HĂĄ um ressabio pela estrada, silente contendo as mĂĄgoas
SilĂȘncios da madrugada, somente a tropa das ĂĄguas
Que vĂŁo seguindo o caminho, mudando o rumo por conta
Feito o meu prĂłprio destino, se o fim da vida me aponta

Cada rincĂŁo tem sua gente, seus campeiros e andarilhos
Se me tocou o destino, levar a vida em trompada
Tenho certeza da estrada, mas incertezas por diante
Levo de marca um semblante, entristecendo a mirada
Outrora ouvi cantigas, de um calmo choro de basto
Na tropa batendo casco, empoeirando a mirada
Lembro da antiga morada, sombreada por paraĂ­sos
E de um lindo sorriso, dos lĂĄbios doces da amada

E nesta sina de andante, no meu consolo de estrada
Bandeio as horas por diante
pois fiz da pampa a morada
Ranchito de corredor, com a quincha firme do céu
E a alma de domador, de rédea frouxa a loléu
Cada rincĂŁo tem sua gente, seus campeiros e andarilhos
Se me tocou o destino, levar a vida em trompada
Tenho certeza da estrada, mas incertezas por diante
Levo de marca um semblante, entristecendo a mirada

Compositores: Jari Lourenzo Terres Junior (Jari Terres), Fernando de Souza Soares (Fernando Soares)
ECAD: Obra #5969288 Fonograma #1891567

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