Apeio Peço licença e por milonga abro o peito Pra que conheçam cantando porque me chamo respeito
Vivo na trança do laço Pela consciência do couro E entre argola e presilha Sou o limite pra um tombo Quando no viço da cincha Firma do corpo cavalo Ou junto a boca da armada Que vem sorrindo pra um pealo
Vem abraçado no pulso Nos mandos da mão campeira Quando reparto meu mundo Entre o fiel e a soiteira Mais firme se algum matreiro Por suas razões se retrata O brando quando motivo Com vida batendo a marca
Habito no olhar do antigo De quando estende sua mão Pra um novo com carinho Num beijo pede benção Um manuscrito de vida Que o próprio tempo nos lavra Antes de um fio de bigode Sacramentar a palavra Antes de um fio de bigode Sacramentar a palavra
Durmo no instinto da faca Por onde o medo se aninha Se me despertam com gana Do couro cru da bainha E antes de uma aço de adaga Já redobrei meu valor Quando nas mãos da coragem Fiz casa de um sangrador
E junto ao céu do palanque Frente a inocência de um potro Que teme os passos e a sombra De quem domou tantos outros Pela verdade no ofício De um campo revela inteiro Pois nunca valo de lei Sou eu bem junto ao campeiro Me despeço por milonga E alço a perna ao meu jeito Porque me chamo respeito
Compositores: Jari Lourenzo Terres Junior (Jari Terres), Adriano Silva Alves (Adriano Alves) ECAD: Obra #5013053 Fonograma #1891556