Cabo de madeira branca E a folha de palmo e meio, Esta faca que palmeio, Sovando uma palha "buena", Larga, assim, como novena Nas festanças do Divino, Foi presente do Galdino Filho da Dona Pequena!
Na prancha meio azulada Deste regalo campeiro, EstĂĄ gravado um coqueiro Assim como um distintivo Que me faz lembrar, altivo, O charrua melenudo, Bombeando longe, sisudo, O velho solo nativo!
Ă nesse ferro crioulo Que o meu fĂŽlego embacia, A cancha reta bravia Por onde o fumo se espalha, Com ele eu ajeito a palha, Lonqueio, e aparo crina, E a barba, p'ra ver a china Quando nĂŁo tenho navalha!
Quando corto num churrasco Deixo branqueando o espeto, E se na encrenca me meto NĂŁo sobra garrĂŁo inteiro, Pois este ferro campeiro De ponta, como de prancha Tem mania de abrir cancha No costilhar do parceiro!
E ao te arrancar da bainha De ponteira reforçada, Evoco a rudez passada Do teu åspero trajeto Quando o xiru analfabeto Contigo de companheira Nas andanças da fronteira Lonqueava o nosso dialeto!