Levantam-se na paisagem desta minh'alma campeira, as crinas da cabeleira daquela indiada selvagem que misturava coragem com rasgos de fidalguia, entremeando ventania, com terra e com sacrifício, - peleadores por ofício, porque a vergonha exigia.
Olho no espaço e vejo, na brasa que o céu destapa, a minha terra farrapa fruto do nosso falquejo, - o berço altivo do andejo que encarava o sol de frente; a gente da minha gente, a cepa - o tronco a raíz, posta perante o País, na condição de indigente!
Velhos sinais de perigo, ou - melhor dito - de luto, até parece que escuto trovoadas de um tempo antigo, quando o taura - ao desabrigo, com sangue à meia costela, calçava o pé na cancela, neste garrão de querência, pra manter a permanência da Pátria Verde Amarela!
Chego até a escutar os gritos de soldados e paisanos,' de índios e castelhanos, surgidos dos infinitos, cumprindo os sagrados ritos de guardar - linha e barranca, legendas que não se arranca, dos que queriam viver, mas preferiam morrer a erguer a bandeira branca!
Talvez que alguns te reneguem, chão dos meus antepassados, mas que importam renegados, eles e aqueles que os seguem? que se avacalhem - se entreguem, haverá sempre um turuna, haverá um garrão de tuna, com fibra e com coração, para dizer que este chão não é uma terra reiuna!
Aqueles que não entendem, nossa base de estrutura, ou não leram a escritura de onde os gaúchos descendem, os que compram e que vendem sem respeitar a legenda, os do encobre e do remenda, do esbulho e do desmande, não sabem que este Rio Grande não é uma sucata à venda!
Compositores: Jayme Caetano Braun, Pedro Marques Ortaca (Pedro Ortaca) ECAD: Obra #161985 Fonograma #1265648