Negro de sorriso claro, Como sinuelo de pampa, Que sintetizas na estampa LongĂnquas reminiscĂȘncias; Negro que lembras dolĂȘncias De alegrias e tristezas Que andaram nas correntezas Dos rios de muitas querĂȘncias.
Essa cordeona que abraças Com ciumenta intimidade, Traduz - na sonoridade, Quando teus dedos passeiam, Madrugadas que clareiam, Campos pelechando em flor, Chinocas pedindo amor E potros que corcoveiam.
E quando a cordeona espichas Aberta - como prĂĄ um pialo, E o verso sai - de a cavalo, Sobre a cadĂȘncia da nota, Tua mirada remota Se perde - coxilha acima, Como quem busca uma rima Sem saber de onde ela brota.