Na orla de olhar salino o junco rasga o caminho no rio das pérolas um ponto sem fundo dá força à tranquila montanha
No porto os tancares aguardam o mundo como se ocultassem segredos nas águas no rio das pérolas um ponto sem fundo dá força à tranquila montanha
Cisma no deserto d´olhar peregrino um rapaz atrás da lua soluço das ondas que o farol envia e a cor que a luz refugia
Despida a noite a copa dos sonos É de barro a última palavra no rio das pérolas um ponto sem fundo dá força à tranquila montanha
Nos sulcos do mar de prata Vai um barco viageiro Tem por destino a distância O vento que sopra é timoneiro
Na trança a figura do mundo antigo saudades colinas do velho farol no rio das pérolas um ponto sem fundo dá força à tranquila montanha
Chove nas vidraças, jogos inventados à beira dum mundo novo soluço das ondas que o farol vigia e a cor que a luz refugia
Farol da guia ensina a noite à linda tancareira a remar no rio das pérolas um ponto sem fundo dá força à tranquila montanha
Vinte léguas o circundam de esperar pela maré cheia brilha o sol em hora e meia e um rapaz atrás da lua sentado num guarda-chuva voa o peixe na banheira e a canção é das torneiras do coração das sereias