João Bosco
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Beirando a Rumba

João Bosco

Na Esquina


Grande cambará-preto
Sabor de sarrabulho soou
No gogó
Som de balafon seco
Na boca a pororoca explodiu
Tororó

Ê ê ê ê ê
Aiaô aiaô aiaô aiaô
Aeaê aeaê aeaê aeaê
Aeaô aeaô aeaô aeaô

Beirando a rumba
Cheirando a Cuba
Regando a tumba
Umbando a banda
Mambando a cobra
Dobrando Havana
Hablando o ganzá
Zanzando por lá
Cavando o baú
Caçando urubu
Na praia, na praia

Minha sabedoria é um punhado de segredos mortos
O que descobri até hoje, os tesouros que roubei
nenhum deles brilhou mais do que um único dia
um único momento
Depois despenca uma cascata de sombras
e uma enxurrada noturna leva o ouro dos meus dias
Os dias, que eu saiba, não há um sequer
que não tenha anoitecido
Isso é toda minha sabedoria
Mas minhas noites, com seus martelos escuros
esculpiram meu ser e fizeram de mim uma flecha
Nada sei, mas de nada mais precisaria

Compositores: Joao Bosco de Freitas Mucci (Joao Bosco), Francisco de Castro Mucci (Francisco Bosco)
ECAD: Obra #205369 Fonograma #50553

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