João Vilarim

Coronéis

João Vilarim


Se segura na gibeira, estou entrando na fronteira
Tô querendo acomodar
Sua terra é o meu caminho, prometo lhe ter carinho
Não querendo incomodar
Não quero ser intruso, o meu chão não tem mais uso
Esta é a triste sorte de um fazendeiro de porte
Ser na terra um vagabundo
Me entenda companheiro não quero nem dinheiro
Pra minhas crias alimentar
Tô atrás de esperança e rosinha e as crianças
Sei que um dia vou buscar
O sol secou meu chão, coronéis minha ilusão
Noutras terras tô perdido, meu sonho foi abatido
Junto com minha plantação
Tô esperando sua resposta aceito outra proposta
Pra aqui poder ficar
Neste mundo desumano é um risco fazer planos
Para os filhos sustentar
Não cheguei de passaporte, para me encontrar com a morte
Sou um “paraíba” um “severino”, rogo por jesus menino
Para eu voltar pro norte

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