Joaquim e Manuel
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Olho de Vidro

Joaquim e Manuel


Soldados armados em grande batalha
Cobriam de sangue a terra alemã
Ali onde a morte era trunfo e vitória
Raiava mais uma sangrenta manhã
Seguiram as buscas ao grande inimigo
Soldados formados por um batalhão
E quando invadiam a velha ruína
Saiu um menino com as mãos para cima
Pedindo clemência e chamando atenção

Senhores soldados eu peço clemência
Me poupem a vida em nome de Deus
Eu sou uma vida que está começando
Talvez salve ainda um filho dos seus
Meus pais e parentes também já morreram
Não há mais ninguém que me possa valer
Eu não tenho culpa se houve esta guerra
Nem que seja contra as leis de sua terra
Pelo amor de Deus me deixem viver

E quando os soldados já estavam na mira
Ouviram a voz do senhor capitão
Vou dar-lhe um teste uma chance de vida
Somente por sorte terá salvação
Não sabes que tenho um olho de vidro
Herança que a guerra também me deixou
Será o esquerdo ou será o direito?
Pois este transplante foi quase perfeito
Que em mais de dez anos ninguém reparou

O pobre menino chorando assustado
Fitando o olhar do senhor capitão
Em meio a seu pranto falou a sorrir
Nem mesmo a ciência engana um cristão
Vou dar-lhe a resposta com toda a certeza
Entrego-lhe a vida se acaso eu errar
Seu olho direito é o de verdade
Que mostra um pouco de amor e piedade
Que o olho de vidro não pode mostrar

Compositores: Jose Rodrigues de Carvalho (Valderi), Manoel Adao da Silva (Manoelito Nunes), Jose Ferreira Batista (J. Batista)
ECAD: Obra #21884 Fonograma #17632738

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