Lembro a minha mãe missioneira que ao ter panelas vazias Achava o dom da alquimia e inventava o que servir Ainda me lembro da jacuba e do pão de queijo E da doçura do seu beijo, cada vez que ia dormir!
Minha mãe guerreira... Meu cabedal de ternura Que escondia as amarguras, só pra não me ver chorar Guardo os ensinos que me deu quando criança De que a fé e a esperança, são caminhos pra trilhar!
Na minha doença, foi ela a minha enfermeira Minha santa missioneira, que aplacava a minha dor Ela é o meu templo, meu oratório e a minha prece O poncho pampa que me aquece, com a lã buena do amor!
Mãe missioneira, meu rosário e catecismo Luz índia nos meus abismos, estrela que me guiou Graças a ti que aprendi entre a paz e a guerra A amar tanto esta terra e também ser quem eu sou!
Mãe missioneira que pariu a nossa raça Aos teus pés peço uma graça pro meu tupã guarani Bugra entonada rogo ao som de mil milongas Que Deus me dê vida longa pra poder cuidar de ti!
Mãe missioneira que domou os meus pesadelos Traz a noite nos cabelos, nos olhos um índio véu Filha da estirpe que amansou os mais caborteiros Tu és um anjo missioneiro que deixou as asas no céu
Compositores: Jose Joao Sampaio da Silva (Joao Sampaio), Jorge Procopio Ferreira Guedes (Guga), Odenir dos Santos ECAD: Obra #23016376 Fonograma #12673623