Da gleba do Tapejá Quem não conhece fronteira Mantém a estirpe guerreira De bolear em noites claras Quem não conhece dispara Quando a frieza medra No tilintar de três penas E carvão riscado na cara
Que vai incendiando o tutano A descendência da raça De geração que não passa Quando o tempo era pampeano Tornando mais aragano Ao projetar o futuro O Rio Grande pelo duro Forjado ano após ano
Maniclas, sogras e pontas Uma "trempia" abrindo ponta Marinando o tempo que vai Guaranis, ventos e andanças Juntos boleando a esperança Margeando o velho Uruguai Na fortaleza jesuíta
Que apequenou sesmarias Trançando a filosofia Com a ciência e a escrita A selvageria bendita Tangeu o bronze do sino E as pedras tilintam hinos Da gesta que nos habita
Quando as noites se acordaram Ouviram longe o tilintar Das pedras ao lamentar O pago que tanto amaram Mas no meu canto ficaram São almas guardando sopro Dos que da terra eram donos E nem morto se afastaram
Compositores: Jorge Procopio Ferreira Guedes (Guga), Eduardo Monteiro Marques, Justino de Lima Lopes (Justino Lopes) ECAD: Obra #909631