Kivitz
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O Último Cristão

Kivitz

Casa ≠ Lar


Paulo brabo
Narração intro

O ensino de Jesus só permanece novo porque nunca foi tentado
Nos últimos mil e oitocentos anos, pelo que sabemos, esteve longe
De ser colocado em prática com esse nome
Melhor seria não manchar a reputação irretocável de Cristo com
O nome de cristão. Ele merece esse nosso sacrifício

Uma deliberada e silenciosa desconversão em massa
Pensando bem, talvez trouxesse finalmente toda a glória que
O ensino, o exemplo e a obra de Jesus desconheceram nos últimos
Milênios. Permaneceríamos cristãos em segredo, a portas fechadas
Lutando consistentemente, em absoluto sigilo e completa dedicação
Pelo Nome que não ousamos macular ou pronunciar
No fracasso institucional e na crucificação ideológica do cristianismo
Talvez esteja a semente da sua ressurreição

O último cristão pode muito bem ser o primeiro

Kivitz

Então fizemos da Tua casa nossa casa
Pusemos em nossa boca Tuas mais loucas palavras
Repetimos, o Seu sagrado livro repetimos
Com o mais puro desejo de acertar a rota e irmos
Entre manos, dinheiro, trampo e vício nos perdemos
Nos lembramos daquilo que quando criança ouvimos
Seu Jesus papai noel já deu no saco, então
Fale por si da sua fé que é só por hoje, irmão
É o mundo cão como Miúdo alerta
Pelos neguim trancado em Franco é que meu peito aperta
A droga boa e a porta pra ela aberta
Fora a impressão que é depressão q a razão num interpreta
Milagre é raro onde hipocrisia é mato
Meu Deus é o Deus dos nóia que o dos crente é chato
Ossos do ofício, profissão profeta
Canção que faço é a minha confissão aberta
A sugestão? aquela lá que em todo rap brota
Não se entregar pra sabotar e assim honrar o Sabota
Com a fé madura que do pé não cai
Órfão de vô que é ter um pai que nunca teve pai
Mas me ensinô a cartilha, que ponho em rimas
Dizem que herdei esse seu dom de quebrar paradigmas
E se eu quebro então eu prego a desconversão
Em massa dessa praga que é religião
Dividindo capítulos da tradição
Pra me portar como discípulo nessa missão, entendeu?
Coerência, humildade, alegria
Com aquela certa dose de inadequação
Sem a fantasia do Jesus bonzinho
Sigo o nazareno loko da revolução
Não o santo, barba feita, cabelo lisinho
Curto aquele acusado como beberrão
Que sem drink lá na festa fez da água, vinho
Sou mais esse que jantou na casa do ladrão
Que abriu mão de ser o primeiro pra reinar sozinho
Oro a Deus que ele me faça o último cristão

Refrão
O último cristão, o último cristão, o último cristão, o último

Kivitz
Militante da causa não usa pessoas
Não usa mulheres, não usa a inveja pra destruir seus algozes
E nem tem algozes
Pois não usam pessoas e mulheres e a inveja
E não torcem contra ninguém
Pra nós dinheiro é bem comum
O pika dos pikas aqui é só mais um
Feito a puta que lavou os pés de jesus, somos quem
Sabemos que Deus não é de ninguém
Contra crentes folclóricos que são bons em julgar
Hipócritas católicos ótimos em jogar
Irmãos pro inferno e conversa fora, fofocar
Compraram a salvação e agora querem me alugar
Num viu que eu tava pronto pra mudar?
Aprendiz de homem bomba assumí o meu lugar
Linha de frente, na solidão jamais, canhão
Antigo crente, febril, sintomas de cristão
Cabeça quente, do espírito de Cristo dependente
Pra num fazer merda tenta ser um homem decente e só
Só vou derrubá da minha frente
Quem tirá o chão que me ajoelho e que meu joelho sente

Compositor: kivitz

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