Bebê não chora Tá trovejando lá fora A sua mama foi embora Mas tem sua ama agora Que te ama embora Ela te tome de volta Preta não chora Com a maldade da senhora Eu sei que dói e apavora Mas por favor não implora O filho branco vai embora E fica a dor da chibata Mulata jogada na lata Mal acostumada a ser maltratada descarta Iludida na cantada Fudida e desprezada Tal qual vira-lata que é Entra na casa como rata os senhores não tão Não vai dar treta O filho deles tá querendo comer sua boceta Mas deixa a cama arrumada Na saída sem pista Fica ligada na chegada Que a mãe dele é racista A gente se acostuma com o choro do neném O cheiro gostoso um perfume de querubim Foda que apesar de tudo ainda te quero bem Mas porra nenhuma no fundo cê também não é pra mim
Meio mulher meio animal Meio mula toda vira-lata Mas a verdade mulata É que esses cara se acha Mas na sua vida não encaixa Te deram um karma Tinha que ser carnal né O amor dividido na conta Meio romântico meio sexual Meio romântico meio sexual
Cê nunca foi a Isaura da história Tá mais pra uma centaura Dois corações e o de baixo sangra E homens aprendendo que tranza Pra ser feroz envolve te ferir E é sua culpa por se sentir insegura Então segura a bomba que o maromba Tem suas crises que o assombra É que nos becos por onde cê anda Galera não segura a onda fala na lata Fala na cara resolve na hora Mas pra senhora favelada desbocada mal educada Nem devia conhecer a sogra e nem queria Porque amor pra você não deveria ser Palavras em vão carinho forçado por essa educação, não Fala pra véia que se amam na mesa Mas no fundo todo mundo se odeia (hum) E por falar em amor, tem o avô Que na velhice quando mais perece Não mais merece e esse apreço vem com o preço Da desconfiança que cada criança cresce Se cria de olho na herança guarda uma prece Que tá implorando esperando por ele morre (hum) O amor que cê conhece não é assim
No olhar Me flerta Pra entrar Pediu Entrou Gozou Sumiu Não não assumiu
Uma vez uma velha preta Me disse aproveita que cê é nova e aceita A melhor proposta Que mais ofereça renda E eu desacreditei da lenda Mas minha filha entenda Que essa mulher tem feridas Adquiridas de uma vida inteira Que na beira da saída Quer te oferecer uma resposta E ela aposta que você não gostaria Do preço que ela pagou, foi abusivo Aqui na periferia tem muito disso E o prejuízo pago por acreditar no amor Não pode ser recuperada Conselho dado e o recado foi descartado Não vou me casar com o diabo Já dormi no quarto com o demônio Em um dos seus condomínios assombrados É que debaixo do edredom é bom E tem ar condicionado mas o tom do meu marrom É condicionado a ficar calado Pra não ser julgado é que meu berço não oferece apreço Ou tesouros conquistados Pra comprar colônias de um colarinho perfumado Meu suor é do quilombo Meu orgulho é libertado e O lucro dessa liberdade foi pro covarde que Resistência em vão Porque estupro foi meio de colonização
Meio mulher meio animal Meio mula toda vira-lata Mas a verdade mulata É que esses cara se acha Mas na sua vida não encaixa Te deram um karma Tinha que ser carnal né O amor dividido na conta Meio romântico meio sexual Meio romântico meio sexual