O Boiadeiro e o Progresso No correr da vida tinha um boiadeiro Que tocou boiada por este Brasil Restou somente um berrante triste Que por muitas vezes tocando se ouviu Como todos sabem que aqui tudo passa Assim foi o tempo deixando pra trás A felicidade de ser boiadeiro De ser nesta vida um peão estradeiro Sempre acompanhado de seu capataz Lá lará lará lará Lá lará lará lará Lá lará lará lará Uê uê uê boi Quantas noites frias de cruel inverno Sobre um baixeiro estendido no chão Seu gado pastando invernada afora E ele dormindo na escuridão Sonhando talvez com os dissabores Que a vida oferece a qualquer instante Mas ao mesmo tempo vê que está errado E que é o progresso que está adiantado Transformando tudo num Brasil gigante Lá lará lará lará Lá lará lará lará Lá lará lará lará Uê uê uê boi E hoje sentado em sua cadeira Em frente seu rancho a beira da estrada Fica repicando seu velho berrante Para relembrar sua vida passada Decepcionado com as mãos no rosto Derramando lágrimas de solidão Por pensar que o tempo que passou não volta E nem mesmo a vida já não lhe importa Porque neste mundo tudo é ilusão Lá lará lará lará Lá lará lará lará Lá lará lará lará Uê uê uê boi
Compositor: Joao Aparecido de Assis (Lau Roberto) ECAD: Obra #3638429
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