Lê Coelho
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Roda Morta

Lê Coelho


O triste nisso tudo é tudo isso
Quer dizer, tirando nada
Só me resta o compromisso
Com os dentes cariados da alegria
Com o desgosto e a agonia
Da manada dos normais
O triste em tudo isso é isso tudo
A sordidez do conteúdo desses dias maquinais
E as máquinas cavando
Um poço fundo entre os braçais
Eu mesmo e o mundo dos salões coloniais
Colônias de abutres colunáveis
Gaviões bem sociáveis
Vomitando entre os cristais
E as cristas desses galos de brinquedo
Cuja covardia e medo dão ao sol um tom lilás
Eu vejo um mofo verde no meu fraque
E as moscas mortas no conhaque
Que eu herdei dos ancestrais
E as hordas de demônios quando eu durmo
Infestando o horror noturno
Dos meus sonhos infernais
Eu sei que quando eu acordo
Eu visto a cara falsa e infame
Como a tara do mais vil dentre os mortais
E morro quando adentro o gabinete
Onde o sócio e o alcaguete
Não me deixam nunca em paz
O triste em tudo isso é que eu disso
Eu vivo disso e além disso
Eu quero sempre mais e mais

Composição: Sérgio Sampaio/Sérgio Natureza

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