Tô chegando, minha gente De um garimpo muito quente Quero beber aguardente Eu não vim pra beber suco
Sou um homem destemido Sou honesto e sou querido Eu sou muito conhecido Por garimpeiro maluco
Se cruzarem meu caminho Eu brigo mesmo sozinho Desço a lenha no fucinho Depois puxo o meu trabuco
Caboclo mal informado Fica de sangue gelado E se for mal educado É na bala que eu educo
Enfrentei muito perigo Mas nunca levei castigo Eu não tenho inimigo Ando por onde eu quiser
Sou um garimpeiro direito Com tudo eu me ajeito O meu único defeito É ser maluco por mulher
Prefiro ficar calado Para não mandar recado Um garimpeiro apaixonado Sofre quieto e não reclama
A mulher sendo charmosa Bem bonita e gostosa Se cair na minha prosa Eu levo pra minha cama
Quem me vê não me esquece Todo mundo me conhece Meu coração reconhece O favor de uma pessoa
Gosto muito de um violão Também de um amigo bom Chego perder a razão Perto de uma mulher boa
Amanhã eu vou embora Sei que a mulherada chora Mas quando chega a hora A gente tem que partir
Jesus Cristo, Rei primeiro Proteja os garimpeiros Eles são meus companheiros Nos garimpos do Brasil
("O meu peito sempre se cala A minha voz quase não fala Na despedida sou infeliz Mas vou deixar bem de repente Uma rajada de chumbo quente Em homenagem a essas valentes Garimpeiros do meu país")