Saiu com destino a França do porto Paranaguá Um navio de primeira classe de luxo e particular Era mesmo um paraíso flutuando sobre o mar Levando gente de elite pra paris passear E pra contra ordem exata A ordem dos magnatas foi pra preto não embarcar.
O navio seguiu a rota levando muitos banqueiros Empresários e madames, políticos e fazendeiros. Mais a bordo não levava nenhum preto passageiro Por respeito ao semelhante era a ordem do dinheiro Mais na metade da viagem, Apareceu ninguém não sabe uma preta no cruzeiro.
O preconceito foi tamanho ninguém quis se conformar A ousadia da negra nós não vamos perdoar Se ela quer ir a França, muitas milhas vai nadar. Pela falta de pudor com ávida vai pagar E sem nenhuma compaixão A elite e o capitão jogaram a preta no mar.
Maia justiça divina também fez seu julgamento E meia hora depois daquele acontecimento Desabou uma tromba d’água com tempestade de vento E o ar que estava calmo começou ficar violento Ali começou o drama E o passeio dos bacanas se transformou em tormento.
A tempestade era forte parecia uma furacão Uns gritavam por socorro, implorava salvação De repente uma luz apareceu na escuridão E o navio seguiu a luz sem nenhuma explicação E numa ilha abandonada O navio fez a parada salvando a tripulação.
Quando o dia foi raiando naquela ilha perdida Viram que na ilha tinha uma capela construída Lá fora todos rezavam pela graça recebida Quando entraram, na capela viram uma luz colorida; E no altar toda molhada Estava a imagem sagrada da Senhora Aparecida.
Compositor: Edilson Miranda Faria (Joao Miranda) ECAD: Obra #1236271 Fonograma #853204